A nova estação metropolitana do Grand Paris, na cidade de Le Bourget, será uma das portas de entrada da capital francesa. O futuro centro urbano regional, juntamente com o aeroporto internacional, estará plenamente integrado à rede do Grand Paris. Implantada num local estratégico, na conexão entre Le Bourget, Drancy e La Courneuve, a nova estação será um novo eixo conectando diferentes meios de transporte em diferentes escalas: local, regional, nacional e internacional. Ela vai contribuir para a criação de uma rede mais eficaz ao mesmo tempo em que vai contribuir para a realização de economias de escala, graças à concentração dos meios e à eficiência das interconexões.
A arquitetura da estação corresponde à identidade da cidade e a esse tipo de estrutura, tornando-se um símbolo arquitetônico. O teto inclinado permite que a construção se adapte aos desníveis do terreno. O formato dinâmico do telhado enfatiza a noção de mobilidade e evoca a ideia da aviação, que marca profundamente a história de Le Bourget.
A acessibilidade da estação foi projetada para ser intuitiva, eficiente e para otimizar o acesso a cinco meios de transporte diferentes. Um grande pátio com um suave desnível servirá os dois níveis da estação e se tornará um novo fórum urbano, sendo suporte de animação local e de qualidade de vida para os residentes e os passageiros.
O conceito “total-flex” da arquiteta dá uma grande flexibilidade às plataformas subterrâneas, com uma estrutura que torna possível aumentá-las em comprimento e em altura, e parcialmente em sua largura. A liberdade de programação futura (implantação de atividades e comércios, conexão com outros meios de transporte, extensão das redes, anexação das plataformas na altura do TEN, etc.) tornará possívem no futuro a mutação dos usos e das funções programáticas da estação, garantindo um equipamento durável.
A estação é também um lugar de vida, acolhedor e sensorial, graças aos materiais utilizados (madeira, tons quentes) e à importante presença da natureza. O princípio do grande pátio inglês leva luz natural até os níveis subterrâneos, limitando o efeito de “sub-solo”. A arquitetura interior é sóbria, acolhendo de maneira eficiente a sinalização identitária da rede e realçando a identidade do Grand Paris.
Na continuidade dos estudos de Elizabeth de Portzamparc sobre a identidade das cidades e metrópoles, visíveis no seu projeto para o metrô de superfície de Bordeaux (França) em 1998, esta estação não representa apenas um equipamento metropolitano, técnica e funcionalmente polivalente, mas desempenha perfeitamente a sua função simbólica e identitária para a cidade, tendo sempre como prioridade o bem-estar humano.
Concurso, projeto vencedor 2014
Programa
A estação do Le Bourget
Cliente
Société du Grand Paris
Arquiteta
Elizabeth de Portzamparc
área
13.000 m²
©2Portzamparc – Elizabeth de Portzamparc arquiteta